SÍNDROME FACETÁRIA (DOR FACETÁRIA)

Determinar a origem da dor de pacientes acometidos pela doença da coluna vertebral é fundamental para se obter sucesso no tratamento, seja conservador ou cirúrgico; e é particularmente importante em doenças degenerativas da coluna, pois, os laudos de imagens não expressam nenhum significado em relação à causa, o tipo de lesão, à dor ou a necessidade de tratamento. Assim, os laudos devem ser interpretados e correlacionados com a clínica do paciente para se entender a origem da dor vertebral, principalmente quando se suspeita de dor de origem facetária. Estruturalmente, existem duas estruturas que podem doer na articulação facetária: a cápsula articular que é sensível somente em 50% dos pacientes e as facetas articulares que são revestidas de cartilagem hialina que podem sofrer alterações degenerativas (osteoartrose) e provocar a dor incapacitante; clinicamente pacientes portadoras de síndrome facetária, referem dor matinal que melhora ao longo do dia e piora no período vespertino, melhora com repouso e piora com atividade e no exame físico, referem piora da dor à extensão da coluna. O diagnóstico de síndrome facetária é feita através da história clínica e correlacionando com as alterações de imagens (raios-X, tomografia computorizada e/ou ressonância magnética. É importante ressaltar que a maioria dos pacientes com dores facetárias melhoram com o tratamento conservador (figura 1).

INERVAÇÃO DA ARTICULAÇÃO FACETÁRIA

A articulação facetária ou zigoapofisárias é inervada por ramo medial do nervo primário dorsal (ramo dorsal do nervo espinal). Cada articulação facetária é inervado por dois nervos (figuras 2).

RIZOTOMIA FACETÁRIA POR RADIOFREQUÊNCIA

A rizotomia facetária por radiofrequência consiste em promover ablação do ramo medial do nervo primário dorsal com a energia de radiofrequência, com o objetivo de dessensibilizar a articulação facetária comprometida pela osteoartrose. Ela é um procedimento percutâneo minimamente invasivo, realizado sob anestesia local (sedação controlada); e está indicada em síndrome facetária (cervical, torácica, lombar) resistente ao tratamento conservador bem efetuado por no mínimo três meses, antes de se pensar em cirurgia de artrodese vertebral. É considerada uma alternativa à cirurgia convencional e pode-se obter alívio satisfatório da dor vertebral em cerca de 80% dos pacientes (figura 3).