ESTENOSE DE CANAL VERTEBRAL

A palavra “Estenose”, origina-se do grego “στένωσις”, que significa estreitamento ou compressão; é um estreitamento anormal de um vaso sanguíneo, outro órgão ou estrutura tubular do corpo (fonte: Wikipédia).

Na coluna vertebral, a estenose de canal vertebral (ECV), significa estreitamento do canal central e/ou canal lateral (recesso lateral) da coluna (figura 1).

A ECV, pode ser congênita (canal estreito congênita) e/ou adquirida (canal estreito degenerativa & outras causas), vide a figura 2.

A ECV congênita pode ocorrer em toda a coluna, mas na degenerativa é mais frequente em coluna cervical e lombar; e menos frequente na coluna torácica.

A ECV degenerativa é provocada pela trilogia: abaulamento discal, hipertrofia facetária e hipertrofia (engruvinhamento) do ligamento amarelo (figura 3).

A ECV, seja congênita ou degenerativa, pode ser sintomática ou assintomática. E a sintomatologia depende da relação entre o continente (diâmetro do canal vertebral) e o conteúdo (estruturas neurais). Isto é, pequenas alterações de diâmetro do canal, pode causar grandes repercussões sobre as estruturas neurais em canais estreitos; e inversamente, grandes alterações de diâmetro de canal em canal largo, pode causar pequenas repercussões sobre estruturas neurais. Por isso, a estenose de canal por si só não é doença. As alterações de imagem (ressonância magnética, tomografia computorizada, radiografia etc.) devem ser correlacionadas com a clínica para definir a estratégia de tratamento, seja ela conservadora ou cirúrgica.

A ECV degenerativa acomete ambos os sexos, mais frequentemente acima dos 50 anos de idade.

A manifestação clínica da ECV depende das alterações degenerativas das estruturas que compõem o segmento motor da coluna e compressão das estruturas neurais. Na coluna cervical, pode provocar dor, formigamento e/ou perda de força em um ou dois braços se os nervos forem comprimidos; se a medula for comprimida, pode afetar também o tronco e/ou perna (s). Na coluna lombar, pode provocar dores intensas nas costas e/ou perna (s); dor vaga e formigamento em perna (s); perda de força em uma ou ambas as pernas. Normalmente, em posição sentada e quando se dobra a coluna para frente, a sintomatologia melhora, pois as dimensões de canais de coluna aumentam em até 30%. Em posição de pé e caminhando, a sintomatologia piora, obrigando o paciente a sentar e descansar para poder continuar a caminhada, a isso chamamos de claudicação neurogênica (figura 4). A severidade de estenose de canal é medida pela capacidade de caminhar. Classificamos como severa quando o paciente não consegue caminhar confortavelmente por mais de 500 metros (0,5 a 1,0 km).

TRATAMENTO DA ESTENOSE DE CANAL VERTEBRAL LOMBAR

Para entender o tratamento de estenose de canal vertebral da coluna de origem degenerativa, seja conservadora ou cirúrgica, é preciso entender a origem da dor vertebral (figura 5).

A dor na estenose de canal vertebral (ECV) pode ser causada por lesão músculo-ligamentar, cápsula articular (facetária), anel fibroso e/ou compressão neural (figura 5). Identificar a origem da dor e correlacionar a clínica com exames de imagem (RM, TC, RX) são determinantes para estabelecer o melhor tratamento, seja ela conservadora ou cirúrgica.

A grande maioria dos pacientes com ECV melhora com o tratamento conservador bem realizado através de medicamentos, fisioterapia, educação postural, pilates etc.: porém, uma pequena minoria, portadora de estenose de canal vertebral severa ou muito severa, pode necessitar de procedimento cirúrgico (vide material científico/estenose lombar – procedimentos minimamente invasivos).

“O médico (cirurgião) tem a obrigação de buscar o melhor e o mais duradouro tratamento possível, sempre na medida do possível, baseado em conhecimento científico e humanístico”.