COLUNA CERVICAL – TÉCNICAS MINIMAMENTE INVASIVAS

“As técnicas minimamente invasivas devem ser maximamente efetivas e minimamente invasivas”

A hérnia discal cervical, com ou sem lesão neurológica (radiculopatia e/ou mielopatia) pode ser “hérnia mole” ou “hérnia dura”. A hérnia é considerada dura quando existe calcificações em torno dela que nós as denominamos de osteófitos (bico de papagaio) que é uma reação de “defesa” do organismo diante da instabilidade do segmento motor da coluna provocada pela doença do disco intervertebral. A grande maioria dos “bicos de papagaio”, são consideradas achados de imagem (Rx, TC e RM) e relacionados com o envelhecimento biológico da coluna, porém, uma pequena minoria podem necessitar de alguma intervenção cirúrgica por provocar compressões de estruturas neurais (medula e/ou nervo) que não melhoram com o tratamento cirúrgico (figuras 1 e 2).

O NOSSO PROTOCOLO DE TRATAMENTO MINIMAMENTE INVASIVO DE HÉRNIA DISCAL CERVICAL

O objetivo principal no tratamento de hérnia discal cervical é aliviar os sintomas de dores e/ou restaurar funções neurológicas. A grande maioria das hérnias discais cervicais (90 a 95%) se curam com tratamento conservador bem efetuado (medicamento, fisioterapia, educação postural etc.).
A mielopatia cervical aguda provocada por hérnia discal aguda traumática, como o que ocorre em acidente automobilístico é uma emergência cirúrgica, porém a principal indicação cirúrgica é a falha de tratamento conservador, seguida de déficit neurológico importante e e/ou progressivo.
De um modo geral, indicamos a técnica microscópica que é considerada o “padrão ouro” em hérnia discal “mole ou dura” e em hérnia discal “mole”, temos como alternativa, técnicas de descompressão percutânea e endoscópica (figura 3).

COLUNA CERVICAL – TÉCNICAS MINIMAMENTE INVASIVAS

DISCECTOMIA PERCUTÂNEA POR VIA ANTERO LATERAL

Objetivo: descomprimir o disco cervical para aliviar a pressão sobre estruturas neurais. Basicamente existem, descompressão química, mecânica, aspirativa e térmica (radiofrequência e laser).

Indicação: hérnia discal cervical contida; alguns casos de hérnia discal extrusa e não migrada pode ser removida com o uso de endoscópio.

FORAMINOTOMIA ENDOSCÓPICA/MICROSCÓPICA POSTERIOR

Objetivo: remover a hérnia e/ou descomprimir o canal foraminal cervical para aliviar a pressão sobre estruturas neurais com auxílio de endoscópio ou microscópio.

Indicação: hérnia discal e/ou estenose foraminal cervical com radiculopatia resistente ao tratamento conservador.

DISCECTOMIA ANTERIOR E ESTABILIZACÃO DINÂMICA CERVICAL (ARTROPLASTIA)

Objetivo: ressecar a hérnia e o disco degenerado e estabilizar o segmento motor pela interposição de um implante articulado que permite mobilidade temporária ou mais duradoura.

Indicação: hérnia discal cervical com radiculopatia resistente ao tratamento conservador. Não recomendo em estenose de canal com mielomalácia.

DISCECTOMIA ANTERIOR E ESTABILIZACÃO ESTÁTICA CERVICAL (ARTRODESE MENOS INVASIVA)

Objetivo: ressecar a hérnia e o disco degenerado; ou descomprimir o canal central e/ou foraminal e estabilizar (fixar) o segmento motor com “cage” de PEEK preenchido com enxerto ósseo sintético. Dispensa o uso de enxerto autólogo (retirada de crista ilíaca) e de placa para fixar o implante como se faz em cirurgia convencional.

Indicação: hérnia discal cervical com radiculopatia resistente ao tratamento conservador e estenose de canal vertebral (com ou sem mielomalácia). A técnica é considerada por muitos como sendo o padrão “ouro” na atualidade.